Visão, audição, tato, olfato e paladar são os cinco sentidos e aprendemos sobre eles desde cedo. A partir dos cinco sentidos é que absorvemos informações necessárias para estimular nosso organismo e desenvolvemos conhecimento sobre o mundo desde que nascemos.
A pedagoga Danielle Stapassoli explica que as crianças até os seis anos de idade são muito estimuladas sensorialmente. “Quanto mais você conhece a relação entre os sentidos, mais você possibilita as vivências que a desenvolvem na sua integralidade”, completa.
Extraímos alguns comentários feitos pela pedagoga durante a participação no canal Mural Pedagogia, do YouTube, para esclarecer que os cinco sentidos vão muito além da definição simples de enxergar, ouvir, tocar, sentir aromas e sabores.
“Ver para crer”: quem nunca ouviu essa expressão? Mais do que nos permitir perceber formas, cores, distâncias e tamanhos de objetos, a visão deve nos fazer refletir. A pedagoga faz uma reflexão sobre a expressão “ver pra crer” e sugere pensarmos da seguinte forma: “sentir para crer’’. Segundo a pedagoga, assim podemos dar importância também aos outros sentidos.
A pedagoga Danielle Stapassoli lembra que na medicina chinesa os ouvidos estão ligados aos rins e a audição ao equilíbrio. O que eleva o sentido da audição para além de podermos ouvir o canto dos pássaros, uma música que amamos, a voz de pessoas especiais.
Nesse contexto da medicina chinesa, o que entra pelos ouvidos mexe com a vitalidade do ser. “As palavras e narrativas constituem as pessoas e, em termos de sociedade, as narrativas inclusive configuram realidades tanto para o bem quanto para o mal”, relata a pedagoga. Nesse caso, é importante considerar o que falar e como falar para uma criança.
Os cheiros constituem memórias. Sentir o aroma de algo no ar e lembrar de uma situação vivida é muito comum.
Na infância, é quando as crianças constroem a memória odorífera. Quando muito pequenas, ainda não sabem exatamente distinguir os odores bons e ruins. Com o tempo, essa habilidade se desenvolve.
No ambiente pedagógico, ressalta Danielle, o olfato ajuda no processo de aprendizagem. Um exemplo são as aulas que envolvem conceitos sobre a decomposição de alimentos, compostagem, adubação e processos de fermentação.
“É possível, por meio do olfato, até mesmo abordar a relação da vida e a morte ao explicar para a criança que enquanto um organismo se decompõe são exalados odores, mas que o processo dessa decomposição é importante para a nutrição de outra vida”, exemplifica a pedagoga.
O paladar é o sistema sensorial parcialmente responsável pela percepção do sabor, mas ele vai muito além da nutrição. Para Stapassoli, o paladar também tem a ver com a cultura, pois acaba trazendo a relação do povo com os alimentos que são produzidos em uma determinada região, por exemplo.
Danielle Stapassoli explica que o tato é o sentido que sustenta todos os outros. Segundo ela, é muito mais do que usar as mãos e as pontas dos dedos. Na visão, a luz precisa tocar a retina. Na audição, os sons vibram no tímpano para que possamos ouvir e, desde o útero, a criança tem estímulos gerados pelo tato.
Além do que cada sentido representa por si só, é muito importante pensar que o conhecimento sobre o mundo pode ser observado pela criança por diversas perspectivas e a estimulação sensorial irá ajudar nesse processo de aprendizagem.